A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, instituída pela Lei nº 13.585/2017 e celebrada anualmente de...
A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, instituída pela Lei nº 13.585/2017 e celebrada anualmente de 21 a 28 de agosto, é um convite à reflexão e, sobretudo, à ação. Mais do que uma data no calendário, é um marco para reafirmarmos o compromisso coletivo com a inclusão, a acessibilidade e a garantia de direitos de milhões de brasileiros que ainda enfrentam barreiras no dia a dia.
Os desafios são muitos. O acesso à educação inclusiva, por exemplo, ainda esbarra na falta de estrutura adequada, na ausência de profissionais capacitados e no preconceito velado que insiste em excluir. No mercado de trabalho, mesmo com a Lei de Cotas, a empregabilidade das pessoas com deficiência intelectual e múltipla continua sendo uma realidade distante para a maioria. Quando contratados, muitas vezes não encontram condições que respeitem suas especificidades e potencialidades.
Outro ponto que não pode ser ignorado é a dificuldade de acesso à saúde. Serviços especializados ainda são escassos e concentrados em grandes centros, deixando milhares de famílias sem apoio adequado em cidades do interior. O transporte público, os espaços de lazer, a comunicação acessível e a própria atuação do poder público também revelam, diariamente, o quanto ainda precisamos avançar.
Apesar disso, é fundamental reconhecer conquistas importantes: a luta dos movimentos sociais, o trabalho das Apaes e de tantas instituições, e a mobilização das próprias famílias têm provocado mudanças e assegurado vitórias. A legislação brasileira é considerada avançada, como a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015), mas a efetividade depende da vontade política e do engajamento de toda a sociedade.
A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla não deve ser apenas comemorativa. Deve ser transformadora. É tempo de enxergar a deficiência não como limitação, mas como diversidade. É tempo de romper barreiras, abrir oportunidades e garantir dignidade.
Incluir é mais do que permitir o acesso: é reconhecer o valor da pessoa com deficiência como sujeito de direitos, capaz de contribuir para a construção de um Brasil mais justo, humano e igualitário.
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